Todas as ideias que têm relação com a Casa Comum devem ter mãos e pés

O Senhor vos dê a paz!

Queridos irmãos, quero compartilhar algumas atividades e ideias da nossa Revolução Laudato Si’.

Nosso plano e ideias. O primeiro pensamento é que todas as ideias que têm relação com a Casa Comum, a criação, são ideias que devem ter mãos e pés. Não podem ficar somente em discursos. Este princípio orienta todo tipo de iniciativas.

Para nos colocar à escuta da criação, nos encontros é boa a prática de colocar uma cadeira vazia (ou na mesa dos convidados) onde pode estar escrita uma dessas palavras “natureza”, ou “biodiversidade”, ou “clima”, ou “continente azul”, etc. para suscitar na reflexão sobre o feito de que somos seres humanos que falamos e decidimos por elas; porém ela fala de outra maneira: responde e/ou restitui de acordo com nossos comportamentos e interações mais ou menos responsáveis.

Outro aspecto: a cada encontro deve seguir a adoção de decisão que se converta em um estilo de vida: como, por exemplo, descartar o lixo, plantar árvores, cultivar, consumir de modo responsável,  orientar para o uso de energias renováveis, ações concretas para o manejar o recurso da água, como podemos ver nas imagens de painéis solares em um povoado onde ajudamos no serviço pastoral.

Outro nível de compromisso de nossa Missão Franciscana é a contribuição é contribuir não apenas para o alcance comunitário destas ideias e práticas, senão, também, intervir junto as autoridades políticas, por vezes fracas, para desenvolver respostas nessa mesma direção, sem as quais nos afundaremos num mar de lixo cada vez mais visível. A reciclagem e a reutilização das coisas é algo que deve imperar se queremos permitir existir uma manhã para os que virão depois de nós. Literalmente estamos consumindo um mundo de milhares de anos, reduzindo sua massa visível a favor de um ser humano que vive poucos anos e logo desaparece…

Isso nos leva a refletir sobre o quê e como construímos edifícios para vários propósitos. Por exemplo, quando esgotarmos os depósitos, com o que construiremos? Vamos derrubar prédios antigos para reciclar seus materiais? Reutilizaremos melhor as construções existentes? Finalmente plantaremos milhões de árvores para reconstruir casas de madeira porque as plantas voltam a crescer e os campos não? Vamos mudar nosso estilo de vida?

Todas as práticas/ideias tem um marco que, como animador do JPIC em Guiné-Bissau, gostaria de citar o Green African Generation (Geração verde Africana), como já estamos tendo essa experiência sustentável. Quero dizer que toda iniciativa humana deve levar em conta sua sustentabilidade ambiental. Deve ser eco-compatível. Garantir a vida não somente do ambiente, senão também de nós mesmos que somos parte da criação, da qual não podemos prescindir.

Para encerrar com uma reflexão atual: não podemos nos limitarmos a combater um corona vírus invisível utilizando respiradores de fabricação humana para ter oxigênio, enquanto seguimos matando a reserva de oxigênio natural que são as plantas e os organismos vegetais marinhos. As palavras da recente vítima do racismo George Floyd I Can’t breath (não posso respirar), são sinais alarmante para a humanidade inteira: todos corremos o perigo de já não poder respirar.

Podemos revolucionar e renovar nossa aliança com a Mãe Natureza. Com a intercessão de São Francisco, cremos que por onde as nossas sandálias passam elas deixam seu aroma, será uma resposta ecológica amorosa para o presente da vida de Deus.

 

 

Fr. Michael Daniels, OFM
Animador JPIC
Custodia de São Francisco de Assís
Quinhamel, Guinea-Bisau

Habilidades

Postado em

25 junho 2020

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